aves

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Como faço pra ter um coleiro?

Você deve procurar um criatório comercial ou um criador amadorista que possa transferir um coleiro para você. No primeiro caso (criatório comercial), basta encontrar um e adquirir a ave, com sua nota fiscal. No segundo caso (criador amadorista), você deve se cadastrar na internet, no site do Sispass (www.ibama.gov.br/sispass), pagar o boleto com a anuidade, procurar alguém que queira transferir um coleiro e receber (via internet) a documentação do pássaro.




O que fazer para meu coleiro aprender um canto?

PARA FORMAR UM COLEIRO:
Uma técnica de formar um coleiro é colocar um macho "professor" para ele escutar enquanto filhote. Quanto menor a diversidade de espécies que o criador tem, mais fácil fica de o coleiro aprender o canto do "professor". Caso o criador tenha outras espécies há riscos de o coleiro se confundir e misturar seu canto com o de outros pássaros. Nunca deixe o coleiro filhote vendo outros machos; nem o "professor". Ele só deve escutá-lo.
Mas há pessoas que não têm um "professor". Nestes casos, recomeda-se o uso de um CD para ensinar o coleiro. Estes CDs podem ser facilmente encontrados em lojas e sites especializados. O criador deve colocar o CD para o coleiro escutar em um volume moderado (não muito baixo que ele não escute; não muito alto que ele se sinta intimidado pelo CD).
Mesmo alguns mêses depois de aprender o canto do CD é recomendável deixar o CD tocando, pois o coleiro, até certa idade, tem a "cabeça mole", ou seja, pode pegar o canto de outras aves. Só depois de algum tempo é que o CD pode ser abandonado.


Doenças e prevenções do coleiro.


Este é um texto com a maioria das doenças corriqueiras ligadas ao coleiro. Existem outras que não estão relacionadas aqui; mas a maioria dos males que acomete os coleiros podem ser encontrados aqui (inclusive com sugestões de tratamento).

Coleiro Evacuando Fezes Verdes:

Provavelmente um caso de Diarréia. Será necessário diagnosticar, posteriormente, a causa da diarréia. Nestes casos o coleiro encontra-se com as penas arrepiadas, as fezes aquosas e esverdeadas. Ao redor da cloaca as penas ficam sujas e o pássaro apresenta um aspecto ruim, de sujeira. A ave deve ser isolada das demais e sua gaiola e objetos (bebedouros e comedouros) esterilizados. As causas podem ser por ingestão de verduras mal lavadas, de alface (que solta o intestino do pássaro) ou sementes velhas. Este também é o quadro da Coccidiose e de Verminoses.

Coleiro Rouco ou Respirando de Bico Aberto:

Trata-se, provavelmente, de uma doença do trato respiratório. Estes problemas, geralmente, ocorrem quando há quedas de temperatura acompanhadas por correntes de ar. Nunca se deve tirar o pássaro de um local muito quente para um local muito frio sem antes prepará-lo. Deve-se fazer isso bem aos poucos, para que a ave não tenha um choque térmico. Isso pode deixar o coleiro "resfriado". Para tratar deste problema recomenda-se deixar o coleiro dentro de casa, encapado, aquecido por uma lâmpada pequena que fique próxima à gaiola. Caso não haja melhoras, a sugestão é de levar o coleiro a algum profissional habilitado (um veterinário).

Coleiro com Dificuldade de Evacuar ou Não Evacua:

Provavelmente um caso de prisão de ventre. Isso pode vir a acontecer quando o coleiro tem pouco espaço para se exercitar. Para não ter de enfrentar este mal, basta oferecer sempre ao coleiro verduras e uma gaiola com um espaço mínimo de locomoção. Em casos já consolidados, em que o coleiro tem dificuldades para evacuar, recomenda-se uma pequena pitada de sal-de-frutas (o chamado "ENO") na água, trocando a mesma antes de virar o dia.

Coleiro Arrancando as Próprias Penas:

Isto ocorre, provavelmente, por algum desequilíbrio na alimentação da ave. Nestes casos, o coleiro estaria procurando, nas próprias penas, substâncias de origem animal que seu organismo necessita. Sugere-se larvas de tenébrio molitor ou de "praga da granja" (que é um tenébrio de menor porte, mais adequado ao tamanho do coleirinho). Mas este hábito, de arrancar as penas pode, com o tempo, tornar-se um vício para o animal (mesmo ele já estando com sua alimentação equilibrada).

Coleiro Não Faz a Muda:

Pode acontecer de um coleiro nunca completar sua muda (ficar muito tempo sem as penas). Isso pode estar acontecendo pelo fato de o coleiro não ter descanso. Ele é sistematicamente exposto a desafios com outros machos (seja ouvindo ou vendo) e seu organismo não consegue fazer o descanso que ele precisa para fazer uma muda tranqüila. Ele também pode estar sendo excessivamente exposto a uma (ou mais) fêmeas. Nestes casos deve-se encapar o coleiro, deixando somente uma parte da gaiola aberta, e impedir que ele escute outros machos. Assim, ele vai "sossegar" e fazer uma muda saudável. Também é sempre recomendado oferecer uma grande variedade de alimentos (para que não falte nada a ele) e um complexo vitamínico na água (por exemplo: Vitagold, 2 gotas para 50ml, 2 vezes por semana).

Fêmea com Ovo Entalado:

Algumas fêmeas menos experientes podem ser acometidas do chamado "ovo preso". O ovo fica entalado e a fêmea não consegue botar. Este problema é diagnosticado quando a fêmea desmonta seu ninho, ou senta-se sobre as penas do rabo. Uma alternativa de tratamento é pingar uma gota de óleo no canal de saída do ovo. Outra é colocar a fêmea sobre um pouco de vapor. Uma terceira é dar uma gotinha de azeite morno (nunca azeite quente) no biquinho da fêmea, pegá-la com a mão, abrir suas asas e fazer movimentos delicados no seu abdômen, de cima (da garganta) para baixo (à cloaca).

Peito Seco:

Fica evidente quando o pássaro apresenta diarréia, com as penas eriçadas, fica no canto da gaiola, quietinho, sem se alimentar e seu peito fica proeminente. A coccidiose é contraída quando, de alguma forma, o coleiro ingere as próprias fezes. Isso pode acontecer quando ele agarra verduras com o pé sujo de fezes e depois leva o alimento à boca. Para diminuir as chances de seu coleiro ficar doente é recomendado manter os poleiros sempre limpos. Também recomenda-se tirar as banheiras do coleiro quando ele não está tomando banho (pois ele pode fazer cocô na água e, em seguida, bebê-la). A coccidiose é, em muitos casos, letal, difícil de ser tratada. Para o tratamento desta doença há várias sugestões de medicamentos específicos: Nalyt Plus, Coccinom, Coccidex. Basta procurá-los em lojas especializadas.


Manejo do seu Coleiro.


Vale a pena começar o texto do manejo destacando que o que serve para um coleiro pode não servir para outro. As aves são diferentes. Estas orientações são extraídas de sites, livros e experiências de criadores e apreciadores da ave.

Sobre as Gaiolas:

A questão das gaiolas é eterna: madeira ou metal? Objetivamente, vamos levantar as considerações sobre este dilema.

Gaiolas de Madeira: São mais parecidas com o que o coleiro iria encontrar na natureza. Ela é mais quentinha no inverno e seus poleiros também são parecidos com os galhos das árvores. Há quem também prefira a estética das gaiolas de madeira (há modelos lindos, de mais de R$ 500,00). Sua limpeza é mais complicada, pois há pequenas frestras entre as partes da gaiola, onde podem se instalar pequenos parasitas como os piolhos. Também a madeira tem uma porosidade natural, onde podem se instalar fungos e bactérias.

Gaiolas de Metal: São mais fáceis de limpar; suas partes podem ser colocadas em cândida ou banho de desinfetante de tempos em tempos, para completa higienzação. Há poucas frestras o que facilita o controle de eventuais insetos e parasitas. Elas são mais frias no inverno, e são diferentes daquilo que o coleiro encontraria normalmente na natureza. Para a criação, sugere-se mesmo os gaiolões de metal. Pois são mais fáceis de limpar (e a higiene é fundamental para o sucesso em tirar filhotes).

Sobre a Alimentação:

Como a maioria dos pássaros, o coleiro deve ter o Alpiste como base de sua alimentação. Deve-se também oferecer outras sementes ao passarinho; mas a base é o alpiste. Uma sugestão de mistura é de que haja 50% de Alpiste, 30% de Painço, 10% de Níger e 10% de Senha.

Pode-se oferecer também algumas frutas, legumes e verduras. Sugere-se a laranja, o mamão, o pepino, o milho verde, a chicória, o almeirão e a couve. As farinhadas industrializadas (de qualidade) também devem ser dadas aos nossos pequenos amigos.

Sugere-se complementar a alimentação do coleiro com larvas de tenébrio ou de "praga da granja", que é uma espécie menor de tenébrio. Vale lembrar que há coleiros que não aceitam alimento vivo. Mas estas larvas são fundamentais para quem quer fazer criação, pois a fêmea vai precisar muito deste alimento para tratar dos filhotes.

É sempre bom oferecer areia esterilizada ao coleiro. É um produto facilmente encontrado em lojas e sites especializados. A areia ajuda na digestão dos pássaros. Os pássaros não têm dentes, as sementes descem inteiras ao seu aparelho digestivo. Quando eles comem areia, ela entra no aparelho digestivo e fica sendo friccionada contra as sementes, ajudando a triturá-las. Por isso vemos constantemente os pássaros da rua "ciscando" no chão, pegando pequenos grãozinhos de areia. Recomenda-se, também, o chamado "osso de baleia", que é uma pedra para o coleiro cutucar com o bico e que vai atender às suas necessidades de cálcio.

Por último, é bom administrar complexos vitamínicos para serem usados na água, principalmente na época da muda de penas, em que o coleiro está debilitado. Uma sugestão é o Vitagold; 2 gotas no bebedouro de 50ml. Quando o coleiro não está na muda pode-se oferecer estes complexos na água somente uma vez por semana.

Sobre Onde Deixá-lo:

Os coleiros gostam de ser manuseados. Quanto mais vezes se mexer na gaiola, mais feliz ele vai ficar. Vale lembrar que, mesmo o coleiro gostando de ser movimentado, é necessário que os gestos do tratador sejam sempre delicados e tranqüilos. Nada de movimentos bruscos próximos à gaiola. Isso pode assustar qualquer ave.

O coleiro gosta de trocar de "prego", portanto, se o criador tiver condição, deve ter vários lugares na casa onde ele possa pendurar o seu coleiro. Quanto maior a diversidade de locais mais acostumado o coleiro vai ficar.

Também é possível notar que os pássaros adoram barulho de água corrente. Basta ligar uma torneira ou o chuveiro que o coleiro já se empolga a cantar. Mas cuidado: deixar o coleiro em lugares com muito barulho podem deixá-lo estressado. Tudo deve ser feito com equilíbrio.

Cuidados Gerais :

Há alguns cuidados gerais que devem ser atendidos para que o sucesso seja completo. São eles:

- Não utilizar jornal no fundo da gaiola, pois o jornal é um papel que possui elementos tóxicos. O coleiro não vai morrer por causa disto, mas queremos sempre o melhor para os nossos passarinhos.

- Trocar a água todos os dias. Mesmo quando ela parece estar limpa, é necessário trocá-la, pois evitamos assim de que nosso coleirinho pegue uma doença por algum fungo ou bactéria por bebedouros sujos ou mal lavados.

- Trocar as sementes constantemente, de maneira que elas não fiquem muito tempo no comedouro. Elas podem juntar fungos e ácaros. A melhor alternativa é colocar porções pequenas de maneira a trocá-las todos os dias. Quem tem poucas aves pode trocar as sementes diariamente. Quem tem muitas aves vai encontrar mais dificuldades em fazer a troca diária.

- Nunca deixe alimentos perecíveis passar de um dia para o outro na gaiola. Estes alimentos estragam e podem ser prejudiciais ao coleiro. Sempre que for oferecer frutas e verduras, ofereça pela manhã e já retire ao fim do dia, pois estes alimentos se estragam com muita facilidade.

- Procure estar atento aos poleiros. É muito comum que os pássaros esfreguem bico e olhos nos poleiros, então, os poleiros devem estar sempre higienizados, de maneira que não prejudiquem a saúde da ave. Também é comum ver o coleiro levando alimentos para os poleiros (principalmente pedaços de folhas e frutas). Se estes estiverem sujos, há chances de o coleiro se contaminar com as próprias fezes.

- Coloque, de vez em quando, uma banheirinha com água, para o coleiro se banhar. Todo pássaro gosta de tomar banho. Mesmo no frio, eles precisam da água para o banho (e fique tranquilo, pois o pássaro sabe quando ele pode tomar banho e quando ele não pode). MAS ATENÇÃO: Só coloque a banheira depois que o coleiro for adulto, pois os filhotes são sensíveis e ainda não tem discernimento de saber os dias em que dá pra tomar banho e os dias em que está muito frio. Também não se esqueça de tirar a banheira depois que ele usá-la; pois há o risco de ele beber a água da banheira (que às vezes fica muito suja, até com as próprias fezes do animal).



Sementes para seu coleiro!


Sementes

Os Coleiros são comedores de sementes. É daí a origem de seu apelido - Papa-Capim. Quando na natureza, os Coleiros se alimentam das sementes dos diversos capins que crescem nas matas e nos campos. E não só de sementes de capim, mas também de vários outros tipos de semente.
A maioria dos criadores de Coleiros oferece painço em abundância aos seus pássaros. De fato, o painço é uma das sementes que o Coleiro mais gosta. Há criadores que só utilizam o painço. Mas há pontos positivos e negativos na utilização das sementes em geral como base da alimentação de um Coleiro ou de um plantel. Seguem eles:
Pássaros gostam de sementes. É assim que eles vivem na natureza. O desejo pela semente está no instinto do pássaro e cada espécie tem suas favoritas.
Mas, invariavelmente, os pásaros selecionam as sementes de que mais gostam e deixam as outras de lado. Desta forma, sua alimentação fica desbalanceada e o pássaro pode apresentar desequilíbrios nutricionais. Nestes casos, a alimentação da ave deve ser complementada com frutas e vegetais (como o Jiló, o Milho-Verde, o Almeirão, a Couve, o Pepino, o Mamão e a Laranja).
Surge aí um segundo problema: caso a ave goste de um destes itens (frutas e vegetais) ela pode se alimentar exclusivamente deste seu alimento preferido (e deixar as sementes mais nutritivas de lado).
Um terceiro problema é a manutenção destes itens: como todos estes alimentos são perecíveis, o criador terá de aumentar em muito seu cuidado com aquilo que seus pássaros estão ingerindo.
Devemos também considerar que a forma de cultivo, armazenamento e transporte das sementes, frutas e verduras pode ser, em muitas vezes, inadequada.
Por último, há a questão dos agrotóxicos. Nós, seres humanos, não sentimos tanto os efeitos destes produtos, mas os pássaros tem um metabolismo muito diferente e seu tamanho é incomparavelmente menor que o nosso. Desta forma, as doses de agrotóxicos presentes nas frutas, verduras e legumes podem ser letais para as aves.
Sementes, frutas e legumes também tornam o ambiente do pássaro mais sujo, o que favorece o surgimento de doenças e outros problemas. O criador tem de ficar soprando as casquinhas do cocho e o chão do criadouro sempre estará cheio de sujeira.
Um ponto altamente favorável às sementes é que elas são baratas e fáceis de encontrar no mercado. Isso diminui o custo da criação e permite que qualquer pessoa consiga criar a espécie.


Para aqueles que forem aderir à alimentação baseada em sementes, recomenda-se uma mistura de 60% de alpiste e 40% de outras sementes (EX: painço comum, painço verde, painço vermelho, painço preto, senha e niger). Também pode ser oferecido ao Coleiro o painço português. Este produto não é tão fácil de se encontrar, mas quando achado pode ser adquirido para que os Coleiros o recebam uma vez por semana.
Um item que é fundamental na boa alimentação da ave é a areia lavada (também conhecida como areia esterilizada, ou grit mineral). Este é um produto facilmente encontrado em lojas e sites especializados em produtos para aves. Ele é importante porque ajuda na digestão.
Há também farinhadas que são excelentes no desenvolvimento e no equilíbrio nutricional das aves. Os criadores que decidem pela alimentação a base de sementes deveriam utilizá-las com freqüência. O criador deve escolher as farinhadas de marcas consagradas para oferecer ao seu plantel (como Alcon, Megazoo e Nutrópica).
A verdade é que com sementes ou com ração, o que realmente importa é que o Coleiro seja bem tratado, com a devida higiene e com uma alimentação completa.